quinta-feira, 20 de março de 2008

Mas onde fica Finisterra?



Infelizmente, não achei na net uma boa reprodução colorida do mapa acima. Pra quem não sabe, Johan Ruysch foi um cartográfo (e mais um zilhão de coisas diferentes) do século XVI e é famoso por ter executado o segundo mapa impresso em que aparece a América (mais ou menos)... O tal mapa aparece em edições da Geografia do Ptolomeu complementando as demais 'tabulas' que representavam o mundo conforme descrito pelo geográfo grego (que morreu no século II d.C.).


A BN do Rio tem um fac-símile, uma cópia do século XIX, na coleção do Imperador - com a qual eu trabalho. E foi por esse fac-símile que eu me interessei pelo mapa em si e resolvi que vou adotá-lo como a visão gráfica do mundo que envolve Finisterra.










Aqui do lado, o que seria o Brasil - a Terra Sancte Crucis 'Terra de Santa Cruz'. Esse nome VAI rodar no livro, por que a cruz não tem o mesmo significado nesse universo. Não consegui pegar o detalhe em que a aparece a Terra Papagali, uma ilha no Atlântico, que vai ter um grande papel no desenrolar da viagem.











Mas enfim, o título do post é 'onde fica Finisterra?'




Longe, muito longe, da Ibéria Lusitana...

Eu devo pedir em breve uma cópia digitalizada do mapa da BN que é bem mais simplificado... e vou trabalhar em transformá-lo. Valhei-me, são Photoshop!
Links sobre o Ruysch e seu belo mapa:

terça-feira, 4 de março de 2008

E. Gary Gigax (1938 - 2008)

Eu deveria falar hoje mais um pouco de 'Finisterra'. Responder comentários do post sobre Pero, contar que o segundo capítulo ruma à sua conclusão e etc.

Só que hoje não dá.

Hoje faleceu o co-criador do Dungeons and Dragons, o primeiro 'role playing game' de fato e direito do mundo; e eu mesma fiquei surpresa com o quão triste fiquei. Não fui, como muitos amigos e colegas, apresentada ao mundo da literatura fantástica pelo D&D. Não não. Quando começei a jogar, já tinha lido Tolkien, MZB, Walter Scott, Garcia Marquez, Asimov e mais alguns. O D&D não me incentivou a ler, hábito que tenho desde antes de ser alfabetizada, inventando histórias para gravuras em um livro. O RPG não me apresentou a mundos fantásticos e desconhecidos (bem, não de ínicio...).

Mas foi mestrando AD&D sábados a fio aos meus quinze anos que descobri o que queria realmente ser. O jogo criado por Gigax e seu amigo, Dave Arneson, mostrou-me o prazer de contar histórias. Sim, foi mestrando AD&D que eu me convenci a ser escritora.

As longas horas entretendo colegas no corredor do prédio, fazendo com que eles enfrentassem ameaças e interagissem com personagens misteriosos, tendo o cuidado para que todos se divertissem, me ensinaram como pode ser boa a sensação de tecer um mundo fantástico e trazer os outros para se divertirem nele. Não esqueço uma sessão de Ravenloft de madrugada, em que os próprios jogadores me pediram que parasse. Motivo? Estavam realmente assustados com os caminhos do jogo.

Se hoje insisto em tentar essa carreira, em parte... em GRANDE parte devo isso ao jogo que ele criou.

Que o Primeiro Dungeon Master descanse em paz.